Sobre Mãe Tânia de Ogum

Minha Jornada Espiritual

 

Nasci em um lar espírita.

 

Minha mãe, após se casar, teve liberdade para escolher sua religião e optou pelo Espiritismo. Com isso, nos guiou (a mim e a meus irmãos), orientando, educando e despertando nossa consciência dentro do Evangelho de Jesus segundo o Espiritismo.

 

Durante minha caminhada, frequentei um centro espírita kardecista, onde recebi evangelização infantil e passe espiritual, o que contribuiu para meu desenvolvimento e amadurecimento.

 

Como no Kardecismo não há batismo, minha mãe nos deixou a liberdade de escolher essa cerimônia quando tivéssemos discernimento para tal decisão.

 

Ao longo da vida, apesar de ser espírita kardecista, ocasionalmente acompanhei minha mãe em Centros de Umbanda, pois tínhamos grande afinidade com essa religião. Ela sempre teve uma visão ecumênica e acreditava que "todas as religiões levam ao mesmo caminho". Assim fomos criadas.

 

Já adulta e com autonomia para minhas escolhas, decidi integrar uma corrente de Umbanda. Meu primeiro contato foi com um terreiro na Vila Izabel, de chão batido, onde, na época, ainda havia separação entre homens e mulheres na assistência. A Mãe de Santo era Dona Alice (já falecida). Permaneci nessa casa por cerca de um ano, mas acabei me afastando sem um motivo específico.

 

Em seguida, conheci a Casa de Mãe Helena, uma grande benzedeira e umbandista. Comecei frequentando os benzimentos e, com o tempo, passei a participar da corrente mediúnica, que não era dirigida por ela. Fiquei ali por alguns anos, sempre muito próxima de Dona Helena, uma mulher extraordinária, de alma abnegada, sempre disposta a ajudar quem dela precisasse.

 

Chegou um momento em que eu queria aprofundar meus conhecimentos, mas sentia que havia estagnado. Foi então que, por intermédio da minha mãe, conheci o Terreiro Pai Maneco, que funcionava na Faculdade Espírita.

 

Fomos até lá para marcar uma consulta com a entidade do dirigente, Pai Fernando. Enquanto aguardava do lado de fora, uma jovem médium saiu do terreiro, olhou para mim e disse:

- Você trabalha com Seu Zé Pilintra.

 

Sem conhecer ninguém ali, fiquei atônita, pois já trabalhava com ele. Olhei ao redor, imaginando que estivesse falando com outra pessoa. Mas ela insistiu:

- é com você mesma!

 

Coloquei a mão no peito e ainda perguntei:

- Eu?!

 

Ela confirmou:

- Sim, estou vendo ele ao seu lado.

 

Não preciso dizer que aquele momento foi mais uma prova para mim da existência do espírito e de Seu Zé. Afinal, por mais que acreditasse, vez ou outra me pegava questionando a espiritualidade.

 

Logo depois, chegou o "tal Fernando", nosso querido Pai Fernando, e conseguimos marcar a consulta.

 

Quando entrei para conversar com Seu Akuan, espírito altivo e direto, ele me perguntou o que eu queria. Expliquei que buscava aprendizado e desejava entrar para o terreiro, pois onde eu estava havia muita "criança" no sentido de imaturidade para um aprendizado mais profundo.

 

Ele me interrompeu de forma firme e austera:

- Aqui também tem muita criança!

 

Naquele instante, agradeci a consulta e desisti de tentar entrar naquela corrente. Não pelo que ele disse, mas porque senti que não havíamos nos compreendido.

 

No entanto, soube que havia outras giras em dias diferentes no mesmo terreiro e decidi conhecê-las. Frequentei as giras de quarta, quinta e sexta-feira.

 

Na sexta-feira, me informaram que o Pai de Santo daquela gira era André Moraes, filho de santo do Pai Fernando. Pedi uma consulta com ele, que recebia Seu Sete Pedreiras.

 

Relatei a ele o mesmo que havia dito a Seu Akuan. Com paciência, ele me explicou algumas coisas e autorizou minha entrada na sua gira.

 

Após dois ou três anos na Faculdade Espírita, o Terreiro Pai Maneco mudou-se para sua sede própria no bairro Santa Cândida, onde permanece até hoje.

 

Fiquei nessa casa por cerca de 24 anos. Com Seu Sete Pedreiras, fiz meu Amaci, meu batizado (pois, até então, não havia sido batizada em nenhuma religião), minha coroa, tornei-me sua capitã e, por fim, fiz minha camarinha, sendo consagrada como sua Mãe Pequena.

 

Quando me desliguei do Terreiro Pai Maneco, precisei de um tempo longe dos trabalhos espirituais para cuidar da família, devido a problemas de saúde.

 

Após esse período, senti que precisava contribuir com a Umbanda, compartilhando todo o conhecimento adquirido, minhas experiências e, sobretudo, meu amor por aqueles que necessitam.

 

Assim, nasceu a vontade de praticar a caridade em minha própria casa.

 

Foi durante o período de recolhimento da pandemia que essa ideia tomou forma, e, em 13 de junho de 2022, nasceu o TUCABEM - Terreiro de Umbanda Caminhos do Bem.

"Há muitos caminhos para se chegar a Deus, uns vão pela sabedoria, outros pela caridade, outros pela devoção.

Nenhum está errado e todos podem chegar a Deus, o meu caminho foi pela caridade.

O importante mesmo é CAMINHAR E SEGUIR, seguir para chegarmos até Deus."

 

Tânia Fittipaldi Bergstein

 

Dirigido por Mãe Tânia de Ogum, o Tucabem realiza suas Giras
de Umbanda nas segundas-feiras, iniciando às 19h30

na Rua Curupaitis, 2193 - Santa Quitéria, Curitiba (mapa)


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